Colegiado se reuniu para debater ações que possam reforçar a segurança nos equipamentos da rede municipal de ensino.
Desde os ataques a instituições de ensino de Blumenau e de São Paulo, ocorridos no começo deste mês, a Câmara Municipal de Curitiba (CMC) tem se mobilizado para discutir ações e políticas públicas que possam reforçar a segurança nas escolas e nos CMEIs, além das instituições de ensino privadas da cidade. Nessa quarta-feira (12), além de receber um grupo de de pais do CIC, cujo encontro foi mediado com a Guarda Municipal, a Comissão de Educação, Turismo, Cultura, Esporte e Lazer promoveu uma reunião extraordinária para analisar quais os próximos movimentos que o Legislativo pode fazer para dar mais tranquilidade e mais segurança para a comunidade escolar.
A principal pauta da reunião foi a sugestão de Nori Seto (PP) para que a Prefeitura de Curitiba faça a contratação emergencial de seguranças privados para as unidades da rede municipal de ensino. O vereador defendeu que o reforço da segurança dentro das escolas e dos CMEIs pode proporcionar maior sensação de segurança para os pais e mães das crianças e profissionais da educação, que estão assustados com os recentes acontecimentos. Para ele, a solução seria temporária, até que o Executivo possa contratar mais guardas municipais, por meio de concurso público.
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Amália Tortato concordou com a medida, a qual avaliou como uma “resposta imediata” à população. “Será que colocar um segurança na escola – não vou colocar se é privado ou guarda municipal – vai trazer mais pânico ou vai acalmar a população? Se a gente conseguir chegar a um consenso, a questão de ser um segurança privado, [por ser uma solução] mais rápida, e, depois, as secretarias pensarem numa solução a longo prazo, isso é detalhe. O que precisamos pensar é se isso vai deixar uma sensação de segurança ou não”, complementou.
A ideia, no entanto, não agradou Professora Josete (PT), vice-presidente do colegiado. A vereadora lembrou que a cidade já teve uma experiência com guardas municipais nas escolas, preparados para trabalhar com as crianças e com os adolescentes. “A forma de abordagem na escola é diferente. O guarda municipal tinha um vínculo, ficava na entrada recepcionando as crianças, conhecia as crianças pelo nome, já sabia quem tinha um problema, quem não tinha. Havia uma visão comunitária. Era para a proteção da escola, mas tinha aproximação da própria Guarda Municipal com a população”, emendou. Na avaliação dela, a segurança privada não está preparada para o ambiente escolar e a solução seria a realização de concurso público para a contratação de mais profissionais na corporação para atender essa demanda.
“Nós precisamos trabalhar para distensionar a situação. Como podemos fazer para trazer mais tranquilidade aos pais, com casos concretos? Temos que mostrar aos pais que hoje já existe um trabalho sendo feito e que eles tenham a sensação de segurança para não deixarem de mandar os filhos para a escola, e é o que está acontecendo”, respondeu o presidente da Comissão de Educação, Marcos Vieira (PDT). Segundo o vereador, “100% dos pais trazem a necessidade de ter um guarda municipal nas escolas”, mas é preciso ouvir primeiro a corporação, saber o que pode ser feito a curto prazo. “Talvez buscar um convênio com a Polícia Militar”, sugeriu.
“Isso [demandas dos pais] só mostra como o trabalho da GM sempre foi eficiente e com qualidade. O guarda já tem cuidado com as pessoas. A pauta é a educação, mas isso mostra quanto é importante o trabalho da GM, que tem a tarefa de cuidar dos equipamentos públicos”, complementou Sidnei Toaldo (Patriota), favorável à ideia da retomada da presença dos guardas municipais nas unidades educacionais. “Um posto de saúde hoje tá sujeito a entrar alguém armado e acabar em tragédia. A Guarda é o que temos agora e temos que dar todo o apoio para que façam esta segurança para as crianças e para tranquilizar os pais”, concluiu o vereador.
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Medidas aprovadas
Apesar de não haver consenso sobre a segurança privada, o colegiado aprovou outras medidas. Será solicitada uma agenda conjunta com as secretarias de Educação, de Defesa Social e Trânsito e de Saúde para debater a sugestão de Nori Seto e alinhar a participação dos membros da comissão no Programa Conhecer para Prevenir (CPP), que treina estudantes e profissionais da rede municipal de educação para agir em situações de emergência. O intuito, informou Marcos Vieira, é acompanhar os simulados que são realizados nas escolas. “Queremos participar para entender como funciona. Sabemos que é algo que ajuda muito os alunos e professores”.
A Comissão de Educação também vai protocolar pedidos de informações à Prefeitura de Curitiba solicitando o relatório onde os simulados já foram feitos; os dados sobre o programa Muralha Digital, para verificação in loco do estado dos equipamentos instalados nas unidades; além do tempo de resposta da Guarda Municipal quando o botão do pânico é acionado; e sobre a estrutura física das escolas e CMEIs, para identificar as unidades que já têm cerca elétrica e muro alto. Outras medidas aprovadas são a futura realização de uma audiência pública para discutir a segurança nas redes pública e privada de educação e a sugestão para que o Executivo elabore programas de combate ao bullying e de prevenção à violência.
*Notícia revisada pelo estudante de Letras Brunno Abati
Supervisão do estágio: Alex Gruba