Qual Curitiba queremos ter em 2035? Para encontrar respostas para esse futuro, as cidades brasileiras precisam apresentar um Plano Diretor. É nele que constam as diretrizes que orientam o crescimento e o desenvolvimento futuro de cada município.
Falar desse planejamento para Curitiba, que precisa apresentar um novo Plano Diretor em 2025, foi o tema que a vereadora Amália Tortato (Novo) trouxe para o Tribuna Livre do CMC Podcasts. O debate foi aprofundado com o engenheiro civil Gustavo Taniguchi, profissional que há mais de 25 anos trabalha promovendo planejamento urbano em cidades do Brasil e da América Latina.
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No começo do programa, Amália Tortato destacou a importância do Plano Diretor. “As pessoas têm dificuldade de entender o Plano Diretor e o impacto na vida real”, ressaltou. Ela explicou que é por meio do Plano Diretor e de leis complementares que a cidade define estruturas, como as galerias comerciais nas vias com canaletas de ônibus e o local com autorização para abrir um determinado empreendimento. Ela ainda destacou que é importante termos maturidade nesse assunto, uma vez que, em 2025, será debatido a revisão do Plano Diretor de Curitiba.
Com 25 anos de experiência com planejamento urbano, Gustavo Taniguchi destaca que o Plano Diretor é a segunda lei mais importante de uma cidade. “A primeira é a Lei Orgânica, que faz Curitiba ser Curitiba. E como se estrutura o espaço físico da cidade? Com o Plano Diretor e as leis complementares e acessórias do urbanismo”, explicou. Taniguchi lembrou que é importante ter em mente que o Plano Diretor aborda questões coletivas a longo prazo. “O Plano Diretor é um processo para resolver questões coletivas daqui cinco, dez anos”, ressaltou.
Para tratar de forma mais acessível a importância de um Plano Diretor, o escritório de Gustavo Taniguchi, o Urbtec, lançou um caderno ilustrado. As imagens podem ser vistas acessando o site do Urbtec (www.urbtec.com.br).
Sugestões para Curitiba
Amália Tortato e Gustavo Taniguchi falaram sobre a questão de melhorias para Curitiba. Segundo o engenheiro civil, Curitiba foi referência para o Estatuto das Cidades, criado pelo governo federal em 2001 (lei federal 10.257/2001). A vereadora perguntou se Curitiba estaria deixando de ser essa referência e deixou diversas sugestões, como promover os BIDs – sigla para business improvement district (distritos de melhorias de negócios, em uma tradução livre do inglês) e apoiar ações de “retrofit” para renovar mobiliários antigos no Centro da cidade.
Gustavo Taniguchi concorda com as propostas da vereadora, frisando que o planejamento urbano precisa prever os impactos de aumentos populacionais em determinadas áreas. Acerca do retrofit, o CMC Podcasts abordou esse tema na temporada Centro Vivo, a primeira do programa Curitibacraft (que podem ser assistidos clicando aqui).
Região Metropolitana
A parlamentar do Novo também se mostrou preocupada com o fato de pessoas que optam por morar em cidades da Região Metropolitana de Curitiba pelo encarecimento do custo de vida na capital. O engenheiro civil destacou que Curitiba e municípios do entorno metropolitano, além de terem seus planos diretores individuais, precisam apresentar um planejamento regional de acordo com outra lei federal, o Estatuto da Metrópole (lei 13.089/2015).
Ao final do programa, ambos deixaram mensagens para a Curitiba do futuro, daqui 10 anos. Para Gustavo Taniguchi, a capital paranaense deve seguir com o planejamento das últimas décadas e aprimorar ações como revitalização do Centro, prioridade para áreas verdes, novos eixos de transporte e alternativas para todos os modais. Amália Tortato, por sua vez, disse que espera que Curitiba seja uma cidade mais livre e que consiga oferecer mais oportunidades. “Que a gente consiga acolher e mostrar que Curitiba é para todos”, resumiu a vereadora.
Fonte: Câmara Municipal de Curitiba