A Câmara Municipal de Curitiba (CMC) concluiu, nesta terça-feira (2), a votação de duas indicações de sugestão à Prefeitura cuja discussão havia começado na última semana e foi adiada pelo término da sessão. Uma das propostas, de autoria da vereadora Amália Tortato (Novo), é a instalação de placas de sinalização em áreas da cidade suscetíveis a alagamentos. A outra sugestão, apresentada por Alexandre Leprevost (Solidariedade), pede, de forma urgente, o desentupimento de bueiros, a limpeza de rios, serviços em galerias pluviais e obras de macrodrenagem.
Tortato argumentou, no debate iniciado na sessão da última terça (26), que as placas de sinalização já são adotadas em outras cidades brasileiras. A proposição também sugere o “mapeamento detalhado” dos pontos suscetíveis a alagamentos e a criação de um sistema de alerta por meio dos aplicativos do EstaR.
A vereadora defendeu, ainda, “que Curitiba adote de vez o modelo de cidade esponja”. O conceito abrange, por exemplo, a expansão dos parques alagáveis, o uso de telhados verdes e de calçadas permeáveis e a adoção das “praças-piscina”, que ajudem a conter a água e a não sobrecarregar a rede pluvial. “São soluções inteligentes, que já são feitas pelo mundo inteiro, que não faz nenhum sentido a cidade mais inteligente do mundo não adotar essas soluções”, argumentou (205.00101.2024).
Tanto na semana passada quanto nesta manhã, o líder do governo na Câmara Municipal, vereador Tico Kuzma (PSD), defendeu ações já desenvolvidas pela Prefeitura de Curitiba. “Como estamos falando de alagamentos, de obras, de infraestrutura, eu tenho que registrar que nós temos, sim, o PanClima [Plano de Adaptação e Mitigação das Mudanças Climáticas], […] e neste plano consta o mapeamento”, afirmou.
Alertando ao impacto das mudanças climáticas, o líder apresentou dados e investimentos em obras de macrodrenagem e de microdrenagem, voltadas tanto à correção de danos ocasionados pelos altos volumes pluviométricos quanto para a prevenção de alagamentos (confira). Nesta manhã, Kuzma ponderou que em casos exibidos por Leprevost, na semana passada, de “água que volta no vaso sanitário”, é a Sanepar que deve ser acionada.
“Daqui a pouco o cidadão curitibano estará andando de bote, barco, canoa ou jet ski”, respondeu Leprevost, no encaminhamento da sugestão de sua autoria (205.00105.2024). “Tudo que tem de errado é culpa da população, […] e a realidade é que os alagamentos estão cada vez mais constantes.”
Na semana passada, o vereador argumentou que “as chuvas vão acontecer, cada vez com mais intensidade”. Ele também falou do projeto de lei, assinado junto a Indiara Barbosa (Novo), que pretende isentar os imóveis atingidos por alagamentos do pagamento do IPTU (002.00010.2023, com o substitutivo 031.00011.2024).